terça-feira, 15 de setembro de 2009

Wilcahuain e Monterrey, por Rafael Guerra


Dia 3 de agosto. A nossa segunda caminhada de aclimatação antes de partirmos para Huayhuash teve início nos arredores de Huaraz, mais precisamente nas ruínas de Wilcahuain, onde fomos deixados por um microônibus contratado pela agência de trekking, após finalmente termos uma noite decente de sono.

Wilcahuain, cujo o significado do nome é “casa dos netos” (Wilca=neto / Huain=Casa), é um templo construído entre os anos de 600 a 1000 d.c. pelo povo Wari, uma cultura anterior à civilização Inca. As suas salas eram usadas para guardar múmias, que eram mantidas secas por meio de um elaborado sistema de ventilação.

Após a explanação feita pelo guia Ivan, começamos a caminhada de menos de duas horas até os baños termales de Monterrey. Nós seguimos por um campo cercado de árvores, passamos por um sítio com uma criação de ovelhas, por uma plantação de trigo e chegamos a uma colina com uma extensa escadaria de pedras. Eu estava muito feliz com tantas novidades... plantas, animais diferentes e a constante companhia dos nevados.


Não foi uma caminhada no estilo ao qual estávamos habituados. Foi uma espécie de passeio pela zona rural próxima a Huaraz onde tivemos a oportunidade de ver de perto como aquele pessoal vive e toca sua vida. Tudo isso sempre sendo alegrado pela irreverência do Alberto, um espanhol animadíssimo, que estava acompanhado da sua esposa Maria, dos quais logo ficamos amigos.

Após passarmos por mais alguns campos de trigo começamos a descer a montanha e chegamos às termas de Monterrey. Lá há várias piscinas de águas termais que podem ser aproveitadas por menos de 3 dólares a hora. A água, muito quente e carregada de minerais, entra nas piscinas por meio de torneiras bem castigadas pela ação da corrosão. Há sempre uma segunda torneira com água fria para que se possa ajustar a temperatura.

Após o banho, rumamos todos para o primeiro botequim que encontramos para brindar com cerveja Cristal àquela experiência. O que me deixou surpreso e um pouco decepcionado foi o fato da população local não ter o hábito de gelar as cervejas e refrigerantes. Mas, com aquelas companhias, até cerveja quente me divertiu.
Antes de ficarmos completamente "borrachos" resolvemos embarcar em uma van de volta para o hotel para nos prepararmos para a aventura que estávamos aguardando por quase um ano: o trekking na Cordilheira Huayhuash.Estava encerrada a fase de preparativos. A grande aventura estava prestes a começar.


Maria, Alberto e eu em Monterrey

Um comentário:

Daniele disse...

Adorei a aula de história e a foto das ruínas de Wilcahuain, gosto muito dessas coisas...

Abraço