quinta-feira, 25 de junho de 2009

Pedra do Cantagalo, por Rafael Guerra

A Pedra do Cantagalo, vista do ponto inicial da caminhada

Após três adiamentos, no domingo de 21 de Junho eu e o Fábio encaramos a trilha para a Pedra do Cantagalo, imponente montanha com 1.788 metros de altitude situada entre Petrópolis e Teresópolis no Rio de Janeiro.

Após nos encontrarmos para o café da manhã na rua do Imperador, partimos no meu carro às 7h30m para a região conhecida como Cuiabá, onde chegamos às 8h19m. Deixamos o carro ao lado de um estábulo e seguimos pela estrada da Tapera, tendo como paisagem à nossa esquerda a imponente montanha que lembra o Pão de Açúcar, do Rio de Janeiro. Andamos por quase 40 minutos subindo a íngreme estradinha sem pavimentação até chegarmos em uma comunidade quilombola chamada de Tapera. Fiquei impressionado ao ver como aquele pessoal, morando tão próximo à cidade, praticamente "nos fundos" de um condomínio de luxo, vive de maneira tão rústica. Talvez pelas péssimas condições da estrada e da falta de energia elétrica, entre outros (e mais óbvios) motivos.
Parece que, dependendo do interesse, 120 anos é pouco tempo para se resolver certos assuntos.





Após uma breve pausa e de sermos orientados por uma pequena e simpática moradora do local, seguimos em frente passando por trás de um campinho de futebol bem castigado, evitando pegar às trilhas da direita e da esquerda, que vão em direção às casas. Em pouco tempo começamos uma subida e, após uns 10 minutos, encontramos um riacho cortando a trilha. Depois desse ponto encaramos uma das piores subidas do ano: 300 metros de desnível, que nem faço idéia de quanto tempo levamos para superar. Parecia ter mais de 45° de inclinação e o meu consolo enquanto estávamos subindo era pensar que aquela seria a parte mais difícil da caminhada. Mas eu estava enganado, porque o pior ainda esperava por nós.

A Pedra do Carneiro, visível durante a maior parte da caminhada.


Segundo o mapa que estávamos acompanhando, após vencermos os 300 metros de desnível encontraríamos duas torres de alta tensão em um trecho nivelado. Entre estas duas torres veríamos a trilha avançando à esquerda por dentro da mata. Neste ponto ocorreu a primeira desorientação do dia. Por ser início de temporada e a trilha ter ficado sem utilização por vários meses, o mato cresceu e foi muito difícil acharmos a entrada. Quando conseguimos, o bambuzal que deveríamos atravessar estava todo arriado no chão, impedindo a passagem.

Após muita investigação e conversa decidimos contornar o bambuzal pela direita para tentarmos reencontrar a trilha mais a frente. Conseguimos. Avançamos por mais alguns metros e paramos em uma bifurcação tomada pelo mato.



Foi mérito do Fábio descobrir que, na verdade, aquilo não era uma bifurcação, e sim o início estreito da crista do Cantagalo. Seguimos subindo em frente, bem pelo meio da suposta bifurcação e, nesse momento, o Fábio começou a fazer uso do facão. Continuamos subindo com dificuldade, revezando o uso do facão (sempre que o "mateiro" permitia) por toda a extensa crista. Quanto mais subíamos, mais desanimadora ficava a situação. As vezes ficávamos sem andar, batendo facão por mais de um minuto até conseguirmos dar um ou dois passos. Sem dúvida foi muito sacrificante.

No final da subida da longa crista o mato já não estava tão alto.

Foi assim até chegarmos ao cume, precisamente às 12h20m, após quase 4 horas de uma caminhada que poderíamos ter feito em menos de 3 horas se a condição da trilha não estivesse tão ruim.

O que "salvou o dia" foi a vista a partir do cume. Por sua localização privilegiada, bem centralizada na região, entre a Serra do Taquaril, Serra das Araras, o Conjunto do Retiro e a Serra dos Órgãos, a Pedra do Cantagalo proporciona uma vista muito ampla da região. De lá é possível avistar a cidade de Teresópolis e toda a extensão do chapadão do Açú. Olhando mais além, eu consegui visualizar até os Três Picos de Friburgo!


Nesta caminhada passamos por algumas situações bem complicadas, o que nos levou a classificá-la como a mais difícil deste ano. Combinamos que nem tão cedo iremos encarar outra trilha fechada. Chega de facão, por enquanto. :)

Até a próxima aventura!

Um comentário:

Unknown disse...

CARA TU É FOGO TA DEMAIS...........