quinta-feira, 18 de junho de 2009

Jacuba Maior, por Fábio Fliess

A idéia para o feriadão de Corpus Christi era o nosso grupo fazer a travessia da Serra Fina, localizada na tríplice divisa do RJ, SP e MG. Com a proximidade do grande trekking em Huayhuash (Peru), estávamos precisando fazer trilhas mais exigentes.

Mas infelizmente, São Pedro não nos ajudou e mandou água de quinta a sábado. Felizmente, ele se arrependeu e nos brindou com um domingo praticamente perfeito para uma bela caminhada. A trilha escolhida para esse dia foi uma caminhada semi pesada: a Jacuba Maior (1460m), localizada na região da Posse, distrito de Petrópolis. Entre os moradores da região, também é conhecida como a Pedra do Elefante.


Jacuba Maior e Menor

As 7:20 da manhã já estávamos no nosso ponto de encontro, no Bingen. Dessa vez, estávamos em 7 pessoas: eu, Gilmar, Alê, Rafael, Iza, Marcelo e Bruna. Pegamos estrada e às 8:15 já estávamos na entrada do Circuito Turístico Pedras do Taquaril, estrada que dá acesso às trilhas. Para quem está indo em direção à Posse, é a primeira entrada à direita depois do “Cachoeira's Bar”. Lá procuramos a casa do Sr. Waldyr, por onde entraríamos para iniciar a trilha. Para nossa surpresa, a esposa do Sr. Waldyr conhecia a mãe da Iza. Coisas de cidade pequena!! ;)

O acesso para a Jacuba Maior pode ser feito de duas formas: diretamente através da sua crista, com uma travessia ao lado de seu costão, ou subindo sua irmã, a Jacuba Menor (1380m), mas essa última seria uma caminhada bem íngrime e nos obrigaria a um rapel no colo entre as duas montanhas. Optamos pelo caminho tradicional, muito bonito.

Começamos a trilha, bem marcada no início, por volta das 8:30. Quem for fazer essa trilha, tem que ficar atento para manter as porteiras fechadas, pois do contrário os animais da propriedade acabam fugindo. Depois de passarmos por uma cocheira abandonada, seguimos subindo e entramos na mata. Mas logo a frente o caminho estava obstruído por cercas de arame farpado. Acabamos optando por voltar um pouco, e pegar uma trilha alternativa até encontrar com a trilha original, já na crista da montanha. Isso acabou nos custando um bocado de tempo.

Mas assim que chegamos na crista, a orientação ficou bem mais fácil, e mesmo com a trilha fechada por ser pouco freqüentada, avançamos bem rápido. Com cerca de 1:30hs de caminhada, chegamos em um bonito mirante no meio da crista da montanha. Desse ponto, tínhamos um visual incrível das duas Jacubas, bem a nossa frente e também da travessia que teríamos que fazer.

Após uma rápida pausa, para descanso e um rápido lanche, seguimos subindo a crista. Nosso objetivo era chegar na encosta do paredão da Jacuba Maior. Nesse ponto, a trilha começa a tender para a direita, iniciando uma bonita travessia encravada entre a encosta rochosa da Jacuba Maior e um abismo. O grupo seguia bem rápido, mesmo com as eventuais paradas para as fotos. Ao final dessa travessia, encontramos lajes de pedra que indicavam que deveríamos começar a subir a encosta da montanha, rumo ao cume. A proximidade da Jacuba Menor também nos indicava isso.

Travessia da Jacuba, com o abismo a direita

Exatamente nessa hora, o tempo, que estava bonito até então, resolveu nos pregar uma peça. Uma cerração começou a baixar sobre aquela parte da montanha, dificultando nossa visibilidade. Por sorte, haviam muitos totens marcando o caminho até o cume. Além dessas dificuldades, esse trecho final se mostrava um grande teste para as nossas pernas já cansadas, pois é uma subida bem forte.

As 11:30, depois de cerca de 3 horas de caminhada, chegamos ao cume da Jacuba Maior. Ali, encontramos um enorme totem demarcando o ponto mais alto da montanha. Fizemos uma pausa mais longa para descansar e comer algo, além de tirar as tradicionais fotos de cume. Aproveitamos também para deixar uma mensagem no “livro de cume” existente nesse montanha – na verdade, era uma garrafa “pet” cheia de mensagens, escondida debaixo de outro totem de pedras.

A galera reunida no cume da Jacuba Maior


Agora faltava a longa caminhada de volta, e dessa vez, o tempo nos ajudou. Assim que estávamos deixando o cume, o sol abriu. Pudemos ver, ali perto, o imponente Taquaril, que com seus 1869m de altitude é a maior montanha da região. O tempo bom ajudou no nosso retorno. Caminhar sobre lajes de pedra é um grande exercício de orientação. É fundamental vez por outra, identificar pontos de referência durante a trilha.

A nota triste dessa caminhada, foi o fato da Iza ter torcido o tornozelo durante a descida da crista. Felizmente, ela não quebrou nada, e pode terminar a trilha andando.

As 14:45hs já estávamos de volta ao ponto onde deixamos os carros e fizemos uma rápida parada em um bar próximo para comemorarmos com uma cerveja gelada. Todos foram unânimes em eleger essa trilha como uma das mais interessantes que fizemos nos últimos tempos, pelo visual e também pela alternância do terreno por onde passamos.

Até a próxima!!!

2 comentários:

Alexandre Calderaro disse...

Oi Fabio,
Obrigado pelas dicas do Kilimanjaro! Serviram bastante. Afinal eu gostaria de fazer um dia, sei que é bastante dificil, mas pelo menos sei que seria uma questao de resistencia, do contrario eu nem poderia pensar em ir, pois nao gosto de lugares expostos por conta do meu medo em tais situações.
Eu gostaria de algumas outras infos, mas peço a vc para mandar via email, assim fica menos complicado. No meu perfil do google http://www.google.com/profiles/afcalderaro , assim nao deixo o meu email em aberto no teu site. Ai podemos trocar ideias do caminho de Santiago tambem. Abraços,
Alexandre

Daniele disse...

A cada aventura uma contribuição preciosa de conhecimento e experiência para os leitores.
Ler essas narrações meticulosas nos proporciona sensações, essas nos convidam a mergulhar no incrível ambiente natural, rico, prazeroso e simples.

Beijos
Daniele