segunda-feira, 2 de março de 2009

Relatório - Açú

Segundo os dicionários, um clássico significa algo tradicional. E é exatamente essa palavra que me vem a mente, quando penso nos Castelos do Açu. Realmente, é um clássico do montanhismo do Rio. E aproveitando o feriado que a folia de Momo nos proporcionou, eu e Rafa resolvemos visitar novamente essa fantástica montanha encravada no coração do Parque Nacional da Serra dos Orgãos.
Apesar de ser mais curta do que a da sua contraparte teresopolitana, a Pedra do Sino, a trilha para o Açu é muito exigente. São praticamente 8,5km de subida, com trechos bem íngremes, e um desnível de quase 1400m.
Com a confusão proporcionada pelo Carnaval, achamos mais prudente deixar o carro em Correas e ir até o Bonfim de ônibus, caminhando até a entrada do parque. Isso causou um pequeno atraso no início da caminhada, mas evitou dor de cabeça para tirar o carro do tumulto nas proximidades do Bar do Tchê, que fica lotado de banhistas nos finais de semana e feriados.
As 8:50 já estávamos comprando os ingressos na portaria do Parque. É importante deixar registrado que é necessário o preenchimento de um termo de compromisso para subir algumas montanhas da região, sinalizando que alguém conhece a trilha e se responsabiliza pelos demais.
Cumpridos os requisitos burocráticos, colocamos o pé na trilha. Costumo dividir a caminhada até o Açu em 5 grandes trechos:
1 – portaria do Parque até entrada para o Véu da Noiva;
2 – entrada do Véu da Noiva até a Pedra do Queijo;
3 – Pedra do Queijo até o Ajax;
4 – Ajax até o Chapadão do Açu;
5 – A longa travessia do Chapadão até os Castelos do Açu.

Em cerca de 45 minutos cumprimos o primeiro trecho, que é uma bonita caminhada ladeando o principal rio da região. Sem dúvida, um trecho muito aprazível. Após uma rápida pausa para descanso, iniciamos o longo zigue-zague em direção à Pedra do Queijo. Mais uma pequena pausa para descanso e algumas fotos, e logo estávamos seguindo em direção ao Ajax.
Apesar de não ser tão inclinada como as demais, esse trecho é o mais longo da caminhada. Chegamos no Ajax com cerca de 2:15 de caminhada. Nesse local, existe um ponto de captação de água. Infelizmente, a trilha original foi alterada e o “atalho” criado está assoreando o rio que alimenta o Ajax. Frequento a trilha do Açu há quase 20 anos e fica evidente a diminuição do volume de água. Fico imaginando como será daqui a uns 10 anos. Vai ser muito complicado fazer a trilha praticamente toda sem pontos de água.
A subida da Isabeloca, como também é conhecido o trecho entre o Ajax e o Chapadão é relativamente curta, mas bastante cansativa. Nesse trecho, devemos ter gasto de 45 a 50 minutos, porque já estávamos bem cansados. Colocar os pés no Chapadão traz um grande alívio e felicidade, mas não é tão impactante como era pela trilha original. A chegada ao Chapadão nos presenteava com um visual magnífico da Baía de Guanabara. Tomara que um dia consigam refazer o traçado original da trilha, muito mais bonito e desafiador.
Com sol forte novamente, seguimos pelo Chapadão por cerca de 45 minutos até os Castelos do Açu. É simplesmente recompensador ver pela primeira vez aquelas pedras monumentais, que em seu conjunto também é conhecida como Pedra da Tartaruga. Depois de 4 horas de caminhada pesada, chegamos ao nosso destino.
Como essa época do ano não é muito propícia para caminhadas longas, não nos demoramos no cume. Tiramos algumas fotos das fantásticas montanhas do lado de Teresópolis, algumas acessíveis apenas pela famosa Travessia Petrópolis X Teresópolis.
Na descida, o sol resolveu castigar de verdade. Levamos 2:45 para chegar a portaria do parque. Ainda teríamos que descer boa parte da Estrada do Bonfim para pegar o ônibus que nos levaria até a Praça de Correas, onde havíamos deixado o carro. Como já imaginávamos, até pegar ônibus estava complicado devido ao horário e ao grande número de banhistas que deixavam as cachoeiras da região.
No finalzinho da tarde já estávamos novamente em Correas, comemorando mais uma caminhada fantástica.
Que venham as próximas!

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