segunda-feira, 22 de março de 2010

A Pedra da Gávea, por Rafael Guerra


Impressionante montanha. Com 844 metros de altitude, é o maior monolito a beira mar do planeta e uma das caminhadas mais clássicas da Cidade Maravilhosa.

Pela sua fama, a trilha para o seu cume é frequentada pelas mais variadas tribos, desde montanhistas até esotéricos e turistas. Não é raro encontrar mais de 20 pessoas em seu cume ao final da caminhada.

Eu há muito tempo tinha vontade de fazer essa caminhada e sempre que passava pela montanha lembrava da pendência de me informar sobre o início e as características dessa trilha até então inédita para mim. Aproveitando o fato de que a empresa na qual trabalho havia montado um grupo guiado pelo pessoal da Trilhas do Rio, me animei com a molezinha, acordei cedo e me mandei para a Barra da Tijuca, onde fica o início da trilha. Devido a um problema de comunicação, não fiquei ciente de uma alteração de horário feita no dia anterior e acabei tendo mesmo que localizar o início da trilha e iniciar a caminhada sozinho, com 30 minutos atrás do grupo.

Eu divido essa caminhada em três etapas:
1-Da guarita do parque até a Praça da Bandeira (595,7m de altitude).
A parte mais extenuante, mas sem grandes dificuldades técnicas para ser completada. Não perece uma trilha e sim uma avenida de 6 pistas. Quase 80% desse trajeto é composto por um aclive praticamente reto até um trecho rochoso de uns 20 metros, coberto por raízes, que requer um pouco mais de atenção para evitar uma torção. Foi nesse ponto que consegui alcançar o grupo, cerca de 30 minutos depois de ter começado a caminhar.
O final desse trecho rochoso é marcado pelo mirante da Pedra do Navio e por uma gruta com o mesmo nome. A trilha continua virando à esquerda na Pedra do Navio e esse é o momento de aproveitar para encher os cantis em uma fonte à beira da trilha. De lá é necessário subir mais 121m de altitude para chegar na Praça da Bandeira.

2-Da Praça da Bandeira até a Carrasqueira (cerca de 30 min.).
A Praça da Bandeira é uma clareira plana, sob a sombra. Um excelente lugar para fazer um lanche e descansar um pouco antes de encarar a Carrasqueira, que fica um pouco mais adiante, após um desnível de cerca de 100m. É uma parte muito bonita da caminhada, já ao ar livre, é possível contemplar a face norte da Pedra da Gávea como um totem gigante, a Barra da Tijuca, São Conrado, e várias montanhas do Parque Nacional da Tijuca com destaque para a Pedra bonita, bem próxima.

3-Da Carrasqueira até o cume (844 metros de altitude).
O nome já põem medo! Tem origem na palavra "carrasco" e se conta que há alguns óbitos registrados nesse local.
É um trecho de escalada de 1° grau. Simples mas, que por ser exposto, não permite erros. É recomendada a participação de um montanhista experiente no grupo para superar esta etapa.
Vencido o desafio, a "recompensa" já está bem próxima. A cerca de mais uns 150m de altura.
O topo é enorme e dividido em dois mirantes: O da Pedra da Gávea, com vista para a Zona Sul e o oceâno e a Cabeça do Imperador, voltada para a Zona norte com vista para a Barra da Tijuca à esquerda, Montanhas do PNT à frente e São Conrado e parte da Zona Sul à direita. Para caminhar até a Cabeça do Imperador é preciso transpor uma greta com via ferrata do lado sul e "escalaminhada" em rocha úmida do lado norte.

Levamos 2 horas e meia para percorrer os 1670m da trilha, mas acredito que um grupo menor possa fazê-lo em duas horas ou menos em ritmo forte. Particularmente classifico essa caminhada como "leve superior".

Fiquei muito impressionado por viajar sempre para longe atrás de montanhas e ter demorado tanto tempo para subir a Pedra da Gávea. Uma das caminhadas mais completas que já fiz, com uma das vistas mais impressionantes que já tive oportunidade de contemplar. Sem exageros!

Como chegar:
- Quem vai do Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá:
Seguir a Avenida das Américas em direção à Zona Sul e retornar após a Praça Euvaldo Lodi para atravessar a Ponte Velha; seguir pela Estrada da Barra da Tijuca e após a Praça Desenbargador Araújo Jorge, virar à esquerda na Estrada do Joá e a esquerda na Avenida Fleming. Chegando na Praça Prof. Velho da Silva, contorná-la em sentido anti-horário e subir a rua Sorimã, que vai ficando cada vez mais íngreme até uma parte sem pavimentação, depois da qual está o estacionamento e a entrada do Parque.



- Quem vai da Zona Sul:

Seguir em direção à Barra da Tijuca, atravessando o túnel do Joá e a Ponte da Joatinga. Permanecer na pista da direita e atravessar a Ponte Velha; seguir pela Estrada da Barra da Tijuca e após a Praça Desenbargador Araújo Jorge, virar à esquerda na Estrada do Joá e a esquerda na Avenida Fleming. Chegando na Praça Prof. Velho da Silva, contorná-la em sentido anti-horário e subir a rua Sorimã, que vai ficando cada vez mais íngreme até uma parte sem pavimentação, depois da qual está o estacionamento e a entrada do Parque.

2 comentários:

Cíntia disse...

Ainda não fiz essa por ter conhecimento (varios grupos) de que no local varias pessoas tinham sido assaltadas.
Vc viu algumas coisa? Ta bem policiado?

Rafael Guerra disse...

Cíntia,
Parece que está bem melhor agora. Há uma guarita da Guarda Municipal no início da trilha e pra subir tem que se registrar.
Tinha até um guarda no cume fazendo ronda!!! É mole?